Ginástica mental e como retardar os efeitos do Alzheimer
O salão de eventos do Centro Cultural acolheu ontem uma conferência por ocasião do Dia Internacional de Alzheimer, que se comemora hoje, 21 de setembro. A neurologista Maria Teresa Arrufat, especialista nesta doença, conduziu uma palestra onde foram explicados de forma muito pedagógica os sintomas, causas e tratamentos do Alzheimer.
Cerca de 800 mil pessoas em Espanha sofrem desta doença, como recordou a vereadora da Saúde Pública, Gemma Balanyà, ao iniciar um evento que contou também com a participação de Carmen Barros, do Centro de Dia Les Orenetes. Como o Alzheimer não tem cura, os tratamentos se concentram na melhoria da qualidade de vida do paciente. Um desses tratamentos mais eficazes, segundo o Dr. Arrufat, consiste na prática de estimulação cognitiva, uma espécie de ginástica mental. Isso pode ser feito com brincadeiras, leituras e atividades que provoquem aumento da reserva cognitiva: “com uma boa reserva cognitiva, a doença demora mais 4 anos para começar”.
Durante a doença, porém, o tratamento e o médico também não podem esquecer o papel fundamental do cuidador, como também destacou Carmen Barros no início da conferência. “O cuidador deve ser cuidado, somos todos pessoas e temos os nossos projetos individuais”, destacou Arrufat, “deve-se dar-lhe tempo livre”.
Ludoterapia ocupacional
Outra das terapias altamente recomendadas pelo neurologista é a ludoterapia ocupacional, que consiste em exercitar as habilidades necessárias para a realização de atividades básicas. “Estar ocupado é fundamental para todos nós, sentir-se inútil é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa e principalmente a um paciente de Alzheimer”, refletiu Maria Teresa Arrufat.
O projecto “Arte e Saúde”, promovido pelo Museu de História de Cambrils e pelo Departamento de Cultura, é um “muito bom exemplo desta prática, segundo o Dr. A iniciativa consiste em aproximar conteúdos culturais de pacientes com Alzheimer. “O objetivo é dar visibilidade à cultura e garantir o acesso aos mais idosos”, explica Cinta Mata, promotor da iniciativa, “estamos a tentar mostrar que são ajudas que tornam o processo da doença mais lento”.
O projeto “Arte e Saúde” permite que as pessoas do Centro de Dia Les Orenetes visitem as instalações do Museu Histórico de Cambrils e também as diversas exposições nas salas de Cambrils. Procura também promover o desenvolvimento artístico dos doentes, mas sem que seja “a actividade típica de pintar e colorir“. As obras criadas pelos usuários de Les Orenetes puderam ser vistas, antes e depois da conferência, nesta pequena exposição na sala de montagem.